domingo, 14 de março de 2010

Morrer por Cristo, morrer em Cristo, ou somente morrer... sem Cristo, ou pensando que tem, mas não tem...

Em 1517, um estudante em Cambridge chamado Thomas Billney ficou insatisfeito com o ensinamento da Igreja sobre a salvação. Como ele estava estudando para ser um sacerdote acreditava que tinha de fazer todas as coisas que o povo deveria fazer: confissão, penitência, obras, etc...

Ele descobriu que essas coisas não lhe traziam paz e considerou-se um Judas da sua geração.

Ele decidiu obter uma cópia do Novo Testamento proibido de Erasmus, era uma versão que mantinha lado a lado o texto em latim e grego. Naqueles tempos a bíblia era inacessível ao povo, escrita em latim, católica, e era proibida a tradução para outras línguas.  Escondeu-o nas dobras das vestes de sacerdote e voltou à universidade. Lá, com uma vela debaixo das cobertas da cama, começou a ler o Novo Testamento de Erasmus.

Enquanto lia, chegou a 1 Timóteo 1:15 ... " Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal."

Ele percebeu que a salvação não vem de confissão, boas obras, rezas ou penitência, mas pela fé em Jesus Cristo.

Ele nunca mais foi o mesmo. Se tornou o primeiro convertido da Reforma.

Ele levou o seu Novo Testamento para "White Horse Inn", que era um bar, perto da Universidade de Cambridge.
Lá, discutiu o Novo Testamento com os professores de Cambridge. Muitos deles se converteram à fé em Cristo.
Devido a esta atividade ilegal Bilney foi preso em 1527 por heresia e submetido a um Conselho de Bispos.

Ele foi posto numa cela na torre de Londres, mas deixaram a porta aberta e foi um verdadeiro jogo de gato e rato. Eles deixaram seus amigos entrar e sair para tentar dissuadí-lo de se tornar um mártir. E conseguiram!

Em 7 de setembro de 1527 ele assinou uma retratação. No dia seguinte,  um domingo, ele foi levado pela manhã por via pública, desde a torre de Londres, até a catedral de São Paulo. Quando lá chegou, ele ouviu um sermão que denunciava sua heresia e aos seus pés havia uma pilha das bíblias de Tyndall (traduções do novo testamento para o inglês), e sua tarefa foi acender o fogo e queimá-las. Este fato despedaçou sua alma, perturbou seu espírito!

Em 1531 ele seria preso novamente. Embora tenha sido julgado em Londres, ele foi sentenciado a ser executado na cidade de Norwith porque este foi o lugar onde exercera maior influência.

Ele passou sua última noite vivo em 8 de agosto de 1531 em uma cela úmida e escura que fora construída em 1407.

Cinco Amigos seus vieram visitá-lo para tentar confortá-lo. Eram liderados por Matthew Parker que mais tarde viera a se tornar o arcebispo de Canterbury sob o reinado de Elizabeth primeira.

Lhe ofereceram comida para tentar fortalecê-lo. Ele não precisava de fortalecimento pois estava totalmente empenhado em morrer por Cristo! Ainda que lhe oferecessem perdão isto apenas o desapontaria.

Enquanto eles o consolavam falando sobre as chamas sendo resfriadas pelo Espírito de Deus, ele terminava sua refeição.
Quando ele acabou, colocou o prato de lado, pôs o dedo sobre sua Bíblia, e a empurrou da mesa onde estavam assentados.
Em meio a um silêncio total, inexplicável, simplesmente apoiou seu cotovelo na mesa e levantou seu dedo indicador e o levou em direção à chama ardente da vela.
Ele disse: "Este dedo assinou a retratação! Ele será o primeiro a queimar. "
E o deixou ali até que queimasse até o osso.

Enquanto eles assistiam em silêncio, ele apontou para a Bíblia, aberta ao seu lado, na mesa, e leu a passagem que acabara de ler anteriormente, em Isaías 43: 2

Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.

Ele comentou que ser queimado por qualquer outra razão que não fosse morrer por Cristo arderia, mas com Cristo nas chamas, não arderia.

E foi com este estado de espírito que ele passou a última noite em sua cela.

Quando o levaram da cela, cruzaram a ponte “Bishop”, ele correu para abraçar o poste onde seria queimado e agradeceu a Deus pelo privilégio de ter uma segunda oportunidade de morrer por Cristo.

Quando acorrentado ao poste, ele sorriu para todos os que estavam lá e disse: "Eu tive muitas tempestades neste mundo, mas logo o meu navio ancorará no céu."
Quando as chamas rugiam em torno dele, ele ficou imóvel e gritou: "Jesus, eu acredito."

Então ele foi se encontrar com ele em quem ele acreditava.

Ele foi um nobre exemplo para os seus contemporâneos.

Primeiro ele ensinou aos reformistas como viver por Cristo, e depois o ensinou como morrer por ele.

Considere este vídeo, onde um presbítero morre...

Compare a morte do presbítero com a morte do Sr. Billney!

Que estou fazendo pelo evangelho?

AVIVAMENTO JÁ!

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